Performance Art durante o primeiro encerramento da COVID19. Um pensamento sobre o confinamento individual e industrial que em dias mudou a pegada ambiental da humanidade. que em dias se tornou um vazio para milhares de pessoas das artes e da cultura.
Composto por três actos:
O Último Abraço – representando o distanciamento social que as gerações actuais nunca tinham experimentado antes. De repente, tudo é perigoso; a proximidade; o toque; o desconhecido. A separação sem despedidas.
A Gorjeta – De repente, os artistas dependem mais do que nunca do apoio para sobreviver. Toda a actividade cultural em palco é suspensa. Anseio por apoio governamental.
A Corrente – a pegada ecológica da paragem da actividade humana tornou-se evidente nas imagens de satélite. Em semanas, o ar tornou-se mais limpo, o ruído atenuado, os céus mais claros. E depois? Quando já não precisamos de máscaras?
Por Joao Espanca Bacelar Musica original: João Cágado | artista convidado: André Sier | co-performer: Claudia Silvano Contribuições video: Carlos Moura Carvalho, Carla Dias, Vítor Moreira, José Russo, Feliciano Mira, Telmo Rocha, António Gavela, Lurdes Nobre, António Carrapato, Gonçalo Oliveira, Manuel Dias, Greg Moore, Alípio Carvalho Neto, Hugo Osga, Rodrigo Fonseca, Vítor Zambujo, Rosario Gonzaga, Pedro Rodrigues, Pedro Fazenda, Mariana Mata Passos. Operador de drone: Rui Fernandes – GMT Produções, Audio: Manuel Chambel 21 de Maio de 2020, Évora, Portugal no âmbito da Vigília pela Cultura.
Integração de vídeo mapping em “O Cante Acusmático de Pias”
“O Cante Acusmático de Pias” é um album / concerto editado pelo Grupo de Cante do Alentejo Os Camponeses de Pias, resultado da inclusão de som acusmático por Feliciano de Mira, Vítor Ruas e António Duarte com registo num espetáculo gravado ao vivo na Musibéria, em Serpa, 2016.
Uma proposta para participação no Festival Artes à Rua (Évora, Julho a Setembro de 2018) criou-se a inclusão de um conceito anteriormente apresentado por Joao Espanca Bacelar ao Município de onde resultou numa produção com video-mapping para a abertura do festival e na apresentação dia 12 de Julho de 2018, na Praça do Sertório. O convite estendeu-se a um desafio de integrar cenografia digital, vídeo no espaço arquitetónico envolvente, a Igreja do Salvador, na mesma praça.
Utilizámos a fachada da Igreja para o mapeamento vídeo e integrámos estudos artísticos e de semiótica do Feliciano, somados de imagens de biblioteca. Utilizo principalmente software de direitos livres como o Processing, Openframeworks, VPT, Inkscape, Blender, Gimp e imagens/video de bibliotecas de partilha de artistas em cooperativa, como Pixabay.com ou Videvo.com.
Na procura duma performance com expressão orgânica, mais do que tecnológica, resolvemos criar os efeitos gráficos em tempo real com manipulação de imagem e artes plásticas. Utilizámos materiais desde o simples desenho a caneta a medias como água, óleos e outros objetos. Adaptámos uma sala do Teatro Garcia de Resende cedida pelo Município e com apoio do CENDREV montámos um estúdio onde durante 10 dias desenhámos um guião para a performance.
preparação video mapping Cante Acusmático de Pias – sala estúdio : Teatro Garcia de Resende | foto: Pedro Pinto
foto: Pedro Pinto
foto: Pedro Pinto
A planificação do evento:
Estudo técnico do espaço, a criação de guia técnico para previsão de equipamentos, orçamentação e formalidades institucionais.
foto de ecrã em produção
rider técnico
Está criada uma peça em 10 andamentos, com 10 cenários de projeção diferentes relacionados com cada moda.
Os grafismos resultaram numa leitura artística sobre a presença da preocupação ecológica nos textos do cante alentejano. A intervenção acusmática de António Duarte e Vitor Ruas imprimem possíveis interpretações sobre as sonoridades do mundo atual em contraste com a tradição oral e artística.
Em suma esta primeira apresentação serve de bitola para identificar pontos a melhorar nos vários aspetos do evento: Duração de cenas ou ritmo performativo, posicionamento dos elementos, iluminação e sonorização.
Creio que com o apuramento do ritmo da intervenção plástica e duma lógica mais inteligível na acusmática as possibilidades artísticas podem ser apuradas, sobretudo no sentido de tornar o evento mais fluído e continuadamente interessante para o público.
mapeamento video na fachada da Igreja do Salvador, Vitor Ruas à direita. Foto: Pedro Pinto
Apoio imprescindível da Beatriz. Foto: Pedro Pinto
Produção : Câmara Municipal de Évora
Agradecimentos à Diocese de Évora e Direção Regional de Cultura do Alentejo
Apresentação : Maria Marrafa
Audex Som : Manuel Chambel – som, Carlos Mavioso – luz, apoio de Yoan Crochet,
Projetor vídeo : Luis Bombico
Video-mapping no concerto Percursos Ibéricos do Coro Polifónico Eborae Musica.
No auditório ao ar livre da Malagueira, aproveitando as fachadas da arquitectura rectilínea de Siza Vieira, um serão promovido pela Junta.
Em conjunto com a artista plástica Leonor Serpa Branco tentou-se uma forma de ilustrar com recurso à imagética da cultura ibérica com uma atuação plástica em tempo real para que se não perdesse a orgânica da performance.